O paradigma winnicottiano
A psicanálise passou por várias reformulações mais ou menos radicais pelo próprio Freud e seus seguidores, efetuadas no mais das vezes sob pressão de fatos clínicos, mas todas zelosas em preservar as ideias-guia centrais: o caráter paradigmático das neuroses, o Édipo como complexo nuclear caracterizado por relações triangulares de base genital, a teoria da sexualidade, a supraestrutura metapsicológica, o tratamento das neuroses pela interpretação do material acessado na neurose de transferência. Nas pesquisas de Winnicott, contudo, o paradigma freudiano como tal entra em crise, dando lugar à busca por uma nova matriz disciplinar. O motivo principal da crise foi o acúmulo de problemas clínicos – entre eles as manifestações da tendência antissocial e da psicose infantil e de adultos – que, segundo Winnicott, não deviam ser eliminados do campo de aplicação da psicanálise, no entanto, não podiam ser compreendidos teoricamente nem tratados clinicamente por meio de interpretação do material transferencial do tipo neurótico, conduzidas no quadro do paradigma edípico, sexual e triangular de Freud. Foi por dúvidas desse tipo, relacionadas essencialmente à capacidade de a psicanálise tradicional resolver problemas clínicos no seu quadro teórico, que surgiu a matriz disciplinar da psicanálise winnicottiana, substancialmente diferente da de Freud e dos freudianos. Nas pesquisas que dediquei e ainda dedico a esse assunto, cujos resultados se encontram nos textos deste Subtema, sempre tomei cuidado de ressaltar que a mudança do paradigma freudiano foi elaborada por Winnicott de maneira a preservar as pontes que levam da teoria mais antiga para a mais nova. Ele trata, no essencial, de resgatar a relacionalidade humana, acentuando a importância do ambiente, sem perder o que fora ganho pelo estudo dos fatores internos.
Z. Loparic
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