O paradigma winnicottiano

O paradigma winnicottiano

A psicanálise passou por várias reformulações mais ou menos radicais pelo próprio Freud e seus seguidores, efetuadas no mais das vezes sob pressão de fatos clínicos, mas todas zelosas em preservar as ideias-guia centrais: o caráter paradigmático das neuroses, o Édipo como complexo nuclear caracterizado por relações triangulares de base genital, a teoria da sexualidade, a supraestrutura metapsicológica, o tratamento das neuroses pela interpretação do material acessado na neurose de transferência. Nas pesquisas de Winnicott, contudo, o paradigma freudiano como tal entra em crise, dando lugar à busca por uma nova matriz disciplinar. O motivo principal da crise foi o acúmulo de problemas clínicos – entre eles as manifestações da tendência antissocial e da psicose infantil e de adultos – que, segundo Winnicott, não deviam ser eliminados do campo de aplicação da psicanálise, no entanto, não podiam ser compreendidos teoricamente nem tratados clinicamente por meio de interpretação do material transferencial do tipo neurótico, conduzidas no quadro do paradigma edípico, sexual e triangular de Freud. Foi por dúvidas desse tipo, relacionadas essencialmente à capacidade de a psicanálise tradicional resolver problemas clínicos no seu quadro teórico, que surgiu a matriz disciplinar da psicanálise winnicottiana, substancialmente diferente da de Freud e dos freudianos. Nas pesquisas que dediquei e ainda dedico a esse assunto, cujos resultados se encontram nos textos deste Subtema, sempre tomei cuidado de ressaltar que a mudança do paradigma freudiano foi elaborada por Winnicott de maneira a preservar as pontes que levam da teoria mais antiga para a mais nova. Ele trata, no essencial, de resgatar a relacionalidade humana, acentuando a importância do ambiente, sem perder o que fora ganho pelo estudo dos fatores internos.

Z. Loparic

• 1996

( 1 ) 88. Loparic, Z. (1996). Winnicott: uma psicanálise não-edipiana. Percurso, (17), 41-47. Revisto e reeditado em (99).

• 1997

( 2 ) 99. Loparic, Z. (1997). Winnicott uma psicanálise não-edipiana. Revista de Psicanálise da SPPA, 4(2), 375-387. Reedição revista de (88).

• 1999

( 3 ) 118. Loparic, Z. (1999). A teoria winnicottiana do amadurecimento pessoal. Infanto, 7, suplemento 1, 21-23.

• 2000

( 4 ) 121. Loparic, Z. (2000). A moralidade e o amadurecimento. Atas do IX Encontro Latino-Americano sobre o Pensamento de D. W. Winnicott, 20-22/10/2000, (pp. 300-316), Rio de Janeiro: SBPRJ.

• 2001

( 5 ) 132. Loparic, Z. (2001). Esboço do paradigma winnicottiano. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, 11(2), 7-58. Versão inglesa em (136).

• 2002

( 6 ) 136. Loparic, Z. (2002). Winnicott’s Paradigm Outlined. Revista latinoamericana de psicopatologia fundamental, 5(1), 61-98.  Versão inglesa de (132) e edição ampliada com novo título em (237).

• 2005

( 7 ) 169. Loparic, Z. (2005). Elementos da teoria winnicottiana da sexualidade. Natureza Humana, 7(2), 311-358. Tradução inglesa em (222).
( 8 ) 170. Loparic, Z. (2005). Um novo paradigma. Revista Viver mente e cérebro. Coleção Memória da psicanálise, vol. 5 - Winnicott, pp. 52-63. São Paulo: Editorial Duetto.
( 9 ) 173. Loparic, Z. (2005). De Freud a Winnicott: aspectos de uma mudança paradigmática. In L. Fulgencio (org.), Filosofia da psicanálise (pp. 21-47). Coleção Natureza Humana, 1. Reeditado em (228). Texto diferente do publicado em (237).

• 2006

( 10 ) 180. Loparic, Z. (2006). Heidegger e Winnicott. Winnicott e-Prints, série 2, 1(2), 7-23.  Tradução brasileira de (114).

• 2008

( 11 ) 193. Loparic, Z. (2008). O paradigma winnicottiano e o futuro da psicanálise. Revista Brasileira de Psicanálise, 42(1), 137-150.

• 2009

( 12 ) 214. Loparic, Z. (2009). Os casos clínicos como exemplares do paradigma winnicottiano. Winnicott e-Prints, série 2, 4(1/2).

• 2010

( 13 ) 220. Loparic, Z. (2010). Winnicott´s Paradigm Illustrated by Clinical Cases. In International Society of Psychoanlaysis and Philosophy (org.),  Function and Field of Clinical Concepts. São Paulo: USP.  (Resumo).
( 14 ) 222. Loparic, Z. (2010). Elements of Winnicott’s Theory of Sexuality. Winnicott e-Prints, série 2, 5(1)1.  Tradução inglesa de (169).
( 15 ) 223. Loparic, Z. (2010). Winnicott clínico. Natureza Humana, 12(2). Reeditado em (230).

• 2011

( 16 ) 224. Loparic, Z. (2011). Prefácio à edição brasileira. In B. Dessain, Winnicott: ilusão ou verdade (pp. 9-14). Belo Horizonte: Loyola.
( 17 ) 228. Loparic, Z. (2011). De Freud a Winnicott: aspectos de uma mudança paradigmática. In E. O. Dias & Z. Loparic (orgs.), Winnicott na Escola de São Paulo (pp. 29-58). São Paulo: DWWeditorial. Reedição de (173). Texto diferente do publicado em (237).
( 18 ) 230. Loparic, Z. (2011). Winnicott clínico. In R. Reis (org.), O pensamento de Winnicott: a clínica e a técnica (pp. 59-84). São Paulo: DWWeditorial. Reedição de (223).
( 19 ) 232. Loparic, Z. (2011). Mudanças paradigmáticas e o progresso da psicanálise. In Ibertis, C., Ribeiro, C. V., Fernandes, S. A. F. & Aires, S. (orgs.), IV Congresso internacional de filosofia da psicanálise. Livro de Resumos (pp. 210-211). Salvador: UFBA: UFRB: UEFS. (Resumo).

• 2013

( 20 ) 237. Loparic, Z. (2013). From Freud to Winnicott: Aspects of a Paradigm Change. In J. Abram (org.), Donald Winnicott Today (pp. 113-156). London: Routledge. Edição ampliada com novo título de (136). Texto diferente do publicado em (173) e (228).
( 21 ) 244. Loparic, Z. (2013). Winnicott e Freud: mudanças na teoria psicanalítica da cultura. In Carone, A. M., Silveira, L., Ibertis, C., Pontes, S. A., Bocca, F. V., Bocchi, J. & Almeida, J. J. R. L. (orgs.), V Congresso internacional de filosofia da psicanálise. Livro de Resumos (p. 60). São Paulo: UNIFESP. (Resumo).

• 2014

( 22 ) 249. Loparic, Z. (2014). Release of the International Research Group on Winnicott´s Paradigm (IRG-WP). www.iwassociation.com.br.
( 23 ) 250. Loparic, Z. (2014). Release of the Winnicott Dictionary. www.iwassociation.org/winnicott-dictionary.
( 24 ) 253. Loparic, Z. (2014). Projeto do Dicionário Winnicott. Natureza Humana, 16(2), 1-15.

• 2016

( 25 ) 262. Loparic, Z. (2016). Caráter interdisciplinar da clínica winnicottiana. Caderno de resumos do XXI Colóquio Winnicott Internacional p. 22. São Paulo: IBPW. (Resumo).
( 26 ) 263. Loparic, Z., et al. (2016). (orgs.), Pluralismo na psicanálise. Curitiba: Pucpress.
( 27 ) 264. Loparic, Z. (2016). Achievements of Winnicott´s Revolution. In E. R. Fonseca, F. V. Bocca, R. M. Almeida & Z. Loparic (orgs.), Pluralismo na psicanálise (pp. 131-155). Curitiba: Pucpress. Reeditado em (267).

• 2017

( 28 ) 267. Loparic, Z. (2017). Achievements of Winnicott´s Revolution. In Z. Loparic & C. V. Ribeiro (orgs), Winnicott and the Future of Psychoanalysis. São Paulo: DWWeditorial. (Edição eletrônica). Reedição de (264).
( 29 ) 268. Loparic, Z. (2017). Esboço do paradigma winnicottiano. In C. J. Motta & S. Piza (orgs.), Thomas Kuhn e as ciências humanas. São Paulo: DWWeditorial. (Edição eletrônica).

• 2018

( 30 ) 269. Loparic, Z. (2018). Winnicott's paradigm shift in psychoanalytic theory and practice. In A. Joyce (org.), Donald Winnicott and the History of the Present. Understanding the Man and his Work. London: Karnac.
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