Apresentação
Os Colóquios Winnicott do Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW) foram criados na PUC de São Paulo há 30 anos, em maio de 1995, simultaneamente com os Colóquios Heidegger iniciados na Unicamp em outubro do mesmo ano. Essa iniciativa de Z. Loparic foi baseada em suas descobertas de que 1) Winnicott operou uma revolução na psicanálise e outras áreas da saúde, 2) processos maturacionais saudáveis e patológicos descritos no novo paradigma winnicottiano recordam aspectos do existir humano explicitados pela análise existencial de Ser e tempo de Heidegger e 3) o horizonte filosófico de Winnicott pode ser explorado de maneira frutífera em termos da analítica existencial de Heidegger. Essas teses à parte, a proposta de colóquios sobre Winnicott e Heidegger a serem realizados de forma regular no primeiro e no segundo semestres de cada ano, respectivamente, foi bem recebida não apenas pelos alunos e colaboradores de Loparic, reunidos naquela época no Grupos de Pesquisa em Filosofia e Práticas Psicoterápica (GFPP) da PUC-SP, como também por um grande grupo de estudiosos de diferentes filiações institucionais, tanto no Brasil como no exterior. Encorajado por essa acolhida, o GFPP lançou, em 1999, a revista Natureza Humana – cujo título reúne preocupações teóricas e práticas centrais dos dois autores de referência – destinada, precipuamente, mas não exclusivamente, à divulgação de trabalhos apresentados. Os anos seguintes consagraram esse projeto gêmeo como uma das primeiras e mais significativas tentativas de institucionalizar, nas universidades e fora delas, a pesquisa e discussão sobre Winnicott e Heidegger. A partir de 2012, os colóquios Heidegger passaram a ser organizados de forma independente (os resultados teóricos e institucionais dos seus 30 anos de trabalhos serão comemorados separadamente no segundo semestre de 2025), enquanto os de Winnicott ficaram a cargo do IBPW. Seu dinamismo inspirou o surgimento de outros eventos da mesma natureza, de novas linhas de pesquisa e de novas instituições winnicottianas no Brasil e no exterior, entre elas a International Winnicott Association (IWA), fundada em 2013 na sede do IBPW. Tomadas em conjunto, as atividades dos últimos 30 anos realizadas no âmbito dos Colóquios Winnicott contribuíram decisivamente para o fortalecimento e enriquecimento de um movimento winnicottiano especificamente brasileiro que vem crescendo de forma significativa nos dias de hoje e que, ao longo de todos esses anos, teve forte influência global. O objetivo do presente Colóquio Winnicott é percorrer os caminhos intelectuais que resultaram nessas contribuições, reconstruir e avaliar os resultados alcançados e pôr em evidência as conquistas institucionais que lhes deram suporte.
Z. Loparic
DIA 1 |
Quinta-feira, 15 de maio de 2025 |
18h30 – 18h40 | Abertura: À definir |
18h40 – 19h30 | Palestrante: Zeljko Loparic (IBPW|IWA) Título: Projeto Winnicott: ensino, pesquisa, publicações, institucionalização de uma comunidade winnicottiana Moderador: À definir |
19h30 – 20h00 | Debate Moderador: À definir |
20h00 – 21h00 | Cerimônia Comemorativa |
21h00 | Encerramento |
DIA 2 |
Sexta-feira, 16 de maio de 2025 |
08h50 – 09h00 | Abertura: À definir |
Mesa Redonda 1: Projeto Winnicott e Heidegger | |
09h00 – 09h20 | Palestrante: Caroline Vasconcelos Ribeiro (UESB|IBPW|IWA) Título: Winnicott e Heidegger como desconstrutores de um único sentido de realidade |
09h20 – 09h40 | Palestrante: Éder Soares Santos (UEL|IBPW) Título: Winnicott e Heidegger: ponderações e direcionamentos |
09h40 – 10h00 | Palestrante: Róbson Ramos dos Reis (UFSM|IBPW) Título: Ontologia da existência e psicologia do desenvolvimento |
10h00 – 10h20 | Palestrante: Oswaldo Giacoia Junior (UNICAMP|IBPW) Título: Filosofia e Psicanálise |
10h20 – 10h50 | Debate Moderador: À definir |
Mesa Redonda 2: Institucionalização do Projeto Winnicott – Ensino de Winnicott na PUC-SP e Unicamp. GrupoFPP. Natureza Humana. Centros Winnicott. Sociedade e Instituto Winnicott | |
10h55 – 11h15 | Palestrante: Maria de Fátima Dias (PUCSP|IBPW) Título: A Revista Natureza Humana e as pesquisas sobre o pensamento de Winnicott |
11h15 – 11h35 | Palestrante: Francisco Verardi Bocca (PUCPR|IBPW) Título: Interdisciplinaridade e filosofia da psicanálise |
11h35 – 11h55 | Palestrante: Roseana Moraes Garcia (IBPW|IWA) Título: 30 anos de Colóquios Winnicott fomentando a pesquisa |
11h55 – 12h20 | Debate Moderador: À definir |
12h20 – 14h00 | Almoço |
Mesa Redonda 3: Pesquisas apresentadas nos Colóquios Winnicott | |
14h05 – 14h25 | Palestrante: Alfredo Naffah Neto (PUCSP|IBPW|IWA) Título: Lembranças dos Colóquios Winnicott, com dois exemplos de discussão e polêmica |
14h25 – 14h45 | Palestrante: Maria José Ribeiro (UFU|IBPW|IWA) Título: A obra de Winnicott e o campo educacional: possibilidades atuais de interlocução |
14h45 – 15h05 | Palestrante: Flávio Del Matto Faria (IBPW|IWA) Título: Trinta anos de formação: Alguns desenvolvimentos na pesquisa do suicídio e sua prevenção |
15h05 – 15h25 | Debate Moderador: À definir |
15h25 – 15h55 | Intervalo – Nova sede Fundação Dias Loparic |
Mesa Redonda 4: Colóquios Winnicott e o ensino sobre Winnicott | |
15h55 – 16h15 | Palestrante: Alice Busnardo (IBPW|SBPW) Título: Que estejamos vivos na hora do nosso aprender – sobre a experiência como professora no IBPW |
16h15 – 16h35 | Palestrante: Danit Pondé (PUCSP|IBPW|IWA) Título: Adão, onde você está?: A resposta de Winnicott |
16h35 – 16h55 | Palestrante: Elsa Oliveira Dias (IBPW|IWA) Título: À definir |
16h55 – 17h15 | Palestrante: Vera de Laurentiis (IBPW|IWA) Título: O estudo do animal humano em Winnicott e o desafio do entendimento e transmissão de sua abordagem psicanalítica encarnada |
17h15 – 17h45 | Debate Moderador: À definir |
17h45 | Encerramento |
DIA 3 |
Sábado, 17 de maio de 2025 |
08:50 – 09h00 | Abertura: À definir |
Mesa Redonda 5: Interação com grupos winnicottianos brasileiros | |
09h00 – 09h20 | Palestrante: Carlos Plastino (PUCRJ) Título: O afastamento do pensamento de Winnicott dos pressupostos patriarcais da metapscicologia freudiana |
09h20 – 09h40 | Palestrante: Ivonise Motta (USP) Título: Humor e Criatividade em Winnicott e cultura Brasileira: A literatura de Cordel |
09h40 – 10h00 | Palestrante: Tania Aiello Vaisberg (USP) Título: O Pensamento Winnicottiano e a Psicologia Concreta Latino-Americana |
10h00 – 10h25 | Debate Moderador: À definir |
Mesa Redonda 6: Interação com grupos winnicottianos do exterior. IWA | |
10h30 – 10h50 | Palestrante: Leticia Minhot (IWA Argentina) Título: À definir |
10h50 – 11h10 | Palestrante: Zhao Chen Zhi (IWA China) Título: O uso do silêncio como técnica/procedimento |
11h10 – 11h30 | Debate Moderador: À definir |
Sessão de Homenagens | |
11h30 – 11h55 | Homenageados: David Bogomoletz, Edna Vilette, Maria Ivone Accioly Lins, José Outeiral, Orestes Forlenza Neto, Ricardo Rodulfo |
11h55 – 12h15 | Fala dos coordenadores do evento: Daniela Guizzo, Eder Santos e Maria de Fátima Dias |
12h15 | Encerramento |
Zeljko Loparic
Professor-titular aposentado de filosofia da Unicamp. É fundador de várias instituições, nacionais e internacionais, entre elas da Sociedade Kant Brasileira (1989), do International Winnicott Association (2013) e do Instituto Winnicott, do qual é presidente (desde 2015). Em 2004, idealizou e iniciou, com Elsa Oliveira Dias, o Curso de Formação Winnicottiana, hoje ministrado internacionalmente.
Caroline Vasconcelos
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei, mestrado em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba, doutorado e Pós-doutorado em Filosofia pela UNICAMP, sob orientação de Zeljko Loparic. É Professora Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e Membro do Programa de Pós-graduação em Memória, Linguagem e Sociedade (PPGMLS/UESB). Membro da International Winnicott Association (IBPW) e do Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW), Membro do conselho curador (IBPW). Tem experiência na área de Filosofia Contemporânea, Psicanálise Winnicottiana e nos Estudos sobre a Memória.
Éder Soares Santos
Possui graduação em Filosofia (1997), mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (2001), doutorado sanduíche em Filosofia – Universität Freiburg (Albert- Ludwigs) (2005), doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas/SP (2006) e pós-doutorado na Bergische Universität Wuppertal (2015). Tem pesquisado na área da Filosofia da Psicanálise, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia da psicanálise, fenomenologia existencial, teoria dos paradigmas em Kuhn, teoria do amadurecimento pessoal. Publicou os livros Winnicott e Heidegger: aproximações e distanciamentos. São Paulo: DWW Editorial/FAPESP, 2010 e Path of Science of Man in Heidegger. Nordhausen, Alemanha: Traugott Bautz, 2019. Publicou vários artigos e capítulos de livros sobre temas relacionados à filosofia e psicanálise. Foi Coordenador do Programa de Pós-graduação em Filosofia (mestrado/doutorado) da Universidade Estadual de Londrina, nas gestões 2009-2013 e 2017-2021. Professor Associado no Departamento de Filosofia na Universidade Estadual de Londrina – Paraná.
Róbson Ramos dos Reis
Professor Titular no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Pesquisador CNPq 1C. Membro da Sociedade Ibero-americana de Estudos Heideggerianos e da Rede Internacional de Pesquisa Fenomenologia Naturalizada, Hermenêutica e Teoria da Enfermidade. Coordenador da Rede Internacional de Pesquisa em Fenomenologia Naturalizada, Hermenêutica e Teorias da Enfermidade Os seus temas de investigação centram-se na obra de Heidegger, com ênfase em problemas de ontologia e metaontologia, teoria da intencionalidade, modalidades, fenomenologia da vida orgânica e fenomenologia aplicada às Ciências da Saúde. Autor dos livros Necessidade Existencial: Estudos sobre a Modalidade na Fenomenologia Hermenêutica, Câncer infantil, Sofrimento e Transformação: um Ensaio Fenomenológico (2022), Aspectos da Modalidade (2014).
Oswaldo Giacóia Junior
Professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Aposentado) e do Programa de Pós Graduação em Filosofia da PUCPR. Doutor em Filosofia pela Freie Universität Berlin, com pós doutorado em Filosofia na Alemanha (Freie Universität Berlin), Áustria (Universität Wien) e Itália (Università del Salento, campus de Lecce). Pesquisador 1B do CNPq. Assessor da Capes, CNPq. e Fapesp. Autor, entre outros, dos seguintes livros: Sala de Espelhos (Curitiba: Editora Kotter, 2023); O Leitor de Nietzsche (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2022); Ressentimento e Vontade (Rio de Janeiro: Via Verita, 2021); Agamben. Por uma Ética da Vergonha e do Resto (São Paulo: N-1, 2018); Heidegger Urgente. Introdução a um Novo Pensar (São Paulo: Três Estrelas, 2014); Nietzsche: O Humano entre a Memória e a Promessa (Petrópolis: Vozes, 2013).
Flávio Del Matto Faria
Possui Doutorado em ciências, área de concentração em Psicologia Clínica pela PUC/SP. Mestrado em psicologia Clínica pela PUC/SP. Especialista em psicologia clínica. Especialista em Psicoterapia Psicanalítica da adolescência e pré-adolescência pelo Instituto Sedes Sapientiae. Título de psicanalista pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana. Professor e supervisor clínico do IBPW. Coordenador do Serviço de Prevenção do Suicídio/Sacom/IBPW. Atuação nas áreas de ensino e pesquisa, clínica psicanalítica, adolescência, clínica e prevenção do suicídio.
Francisco Verardi Bocca
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela PUCCAMP (1985); bacharel e licenciado em Filosofia pela UNICAMP (1997); mestre e doutor em Filosofia pela UNICAMP (1994-2001). Pós-doutorado em Filosofia pela UFSCar (2009), pela Universidade de Paris VII – Denis Diderot (2014) e pelo CNAM – Paris (2023). Professor Titular do Programa de Mestrado e Doutorado em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Atua nos seguintes temas: filosofia da história, psicanálise, materialismo e evolucionismo. Compõe a linha de pesquisa Filosofia da Psicanálise do PPGF-PUCPR. No biênio de 2008 a 2009 ocupou a coordenação do G. T. Filosofia e Psicanálise da ANPOF. É coautor da obra “Ontologia sem espelhos” (Ed. CRV, 2015) (Reeditada em francês em 2019 pela editora LHarmattan, Paris), autor de “Do Estado à Orgia” (Ed. CRV, 2016), coautor de “O pêndulo de Epicuro” (Ed. CRV, 2019) e autor de “Filosofia entrópica” (Ed. CRV, 2023). Foi bolsista produtividade pela Fundação Araucária – PR no ano de 2013. Atualmente é bolsista produtividade PQ-CNPq.
Roseana Moraes Garcia
Analista Didata (IBPW). Presidente da International Winnicott Association (IWA/2022-2023). Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP com a dissertação “A Tendência Antissocial em D.W. Winnicott” (2004). Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP com a tese “A Agressividade na Psicanálise Winnicottiana” (2009). Especialista em Saúde Mental Infantil pela FCM/Unicamp (1994). Assessora acadêmica do IBPW. Professora e supervisora do IBPW. Artigos publicados: “O uso da consulta terapêutica na clínica da tendência antissocial” (2005), “O tratamento de crianças afastadas do convívio familiar” (2009), “Entrevista com Loparic”(2012), “A ética do cuidado e a sociedade democrática” (2013), Tendência antissocial em Winnicott: teoria e clínica (2014).
Alfredo Naffah Neto
Psicanalista, mestre em filosofia pela USP e doutor em psicologia clínica pela PUC-SP, onde leciona como professor titular no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. Também é professor e supervisor do IBPW e da IWA. Em consultório pratica psicanálise, psicoterapia de casal e de família. Seu livro mais recente: Naffah Neto, A. Veredas Psicanalíticas – à sombra de Winnicott, Blucher, 2023.
Claudia Dias Rosa
Psicanalista. Atende em consultório particular desde 1992. Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP com a dissertação: A presença do pai no processo de amadurecimento: um estudo sobre D. W. Winnicott e Doutora e Psicologia Clínica pela mesma universicade, com a tese: As falhas paternas em Winnicott. Professora e Supervisora didata da Escola Winnicottiana de Psicanálise do Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW) e da International Winnicott Association (IWA). É autora de artigos sobre a teoria de Winnicott, dentre eles: A tendência antissocial: considerações a partir da psicanálise de Winnicott, publicado em 2017 na Revista Natureza Humana; Idas e Vindas; e Família e adoção: algumas reflexões com base em um caso de Winnicott, ambos publicados na revista Winnicott e-Prints. Organizadora do livro E o pai? Uma abordagem winnicottiana, lançado em 2014 pela DWWeditorial.
Maria de Fátima Dias
Psicóloga (CRP 06/19071), psicanalista, é mestre e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com estudos sobre a homossexualidade e teoria da sexualidade na psicanálise winnicottiana. Tem experiência em docência e coordenação de cursos na área da psicologia. Professora em cursos de formação em psicanálise, professora em cursos de pós-graduação focado no pensamento de Winnicott. Professora do curso de formação em psicanálise da PERCURSO PSICANÁLISE, de Manaus. Membro do GRADIVA – Grupo Atlântico de Psicoterapia Psicanalítica – GGAPP-RS. Coordenadora da AION – Psicologia e Educação. Filiada ao IBPW e IWA.
Maria José Ribeiro
Professora aposentada do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Diretora da Clínica IPPE (Uberlândia) e Colaboradora do IBPW. Doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004), Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1993), Aprimoramento em Psicopedagogia pela Universidade de São Paulo-RP (1989). Possui experiência de atuação principalmente nas seguintes áreas: psicologia clínica de orientação winnicottiana, saúde psíquica e educação, formação de psicólogos escolares e educadores, assessoria a instituições educacionais.
Alice Busnardo
Psicóloga e Psicanalista Winnicottiana, no exercício do ofício clínico desde 2000, atendendo crianças, adolescentes e adultos. Graduada e Mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2007); Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP (2012), Pós-doutorado com a investigação do mesmo tema (“Criatividade e clínica”) pela UNICAMP (2014). Membro filiado do IBPW, onde é professora e supervisora do Curso de Formação em Psicanálise Winnicottiana desde 2008. Professora e supervisora no Winnicott’s Psychoanalysis Chinese Teacher Candidate Training Programe (desde 2017), em filiação à IWA.
Danit Zeava Falbel Pondé
Psicóloga, Especialista em Psicologia Hospitalar, Psicanalista, Mestre e Doutora em filosofia da psicanálise (UNICAMP), professora e supervisora do IBPW, vice-presidente da IWA, professora convidada do Mental Health Center de Beijing, coordenadora de pesquisa do contemporâneo LABÔ/PUC-SP no grupo “A crise do amadurecimento na contemporaneidade “, autora de “O conceito de medo em Winnicott” (DWWe), “O cinema no divã”, ed. Leya.
Elsa Oliveira
Psicóloga clínica e analista didata (IBPW). É mestre em Filosofia e doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, com a tese “A teoria das psicoses de D.W. Winnicott”. Em 2001, fundou, juntamente com Zeljko Loparic, o Centro Winnicott de São Paulo (CWSP); em 2005, ambos fundaram a Sociedade Brasileira de Psicanálise Winnicottiana (SBPW), que tem como objetivo promover pesquisa, ensino e divulgação da psicanálise winnicottiana. Em 2013, foi cofundadora com Z. Loparic, e vice-presidente da IWA (International Winnicott Association). É autora dos livros A teoria do amadurecimento de D.W. Winnicott, já em sua 4ª edição (2017); Sobre a confiabilidade e outros estudos (2011), Interpretação e manejo na clínica winnicottiana (2014), e Competências do terapeuta winnicottiano (2021), todos pela DWWeditorial, além de vários artigos sobre Winnicott, a filosofia e a psicanálise, publicados no Brasil e no exterior.
Vera Laurentiis
É psicóloga e mestre em psicologia clínica pela PUC-SP. Psicanalista pela SBPW, atende em consultório particular, atua como professora, supervisora e orientadora no Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana e no Sino-brazilian international Training Program em Beijing pela IWA (International Winnicottian Association). Escreveu o livro “Corpo e Psicossomática em Winnicott” e vários artigos.
Carlos Alberto Plastino
Psicanalista. Professor aposentado do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). Autor de diversos livros e de numerosos artigos.
Ivonise Fernandes da Motta
Psicóloga, Mestre, Doutora e Livre Docente pelo IPUSP. Atualmente é professora Associada no Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. Trabalho em consultório particular com pais, adolescentes, adultos, idosos e supervisão clínica de profissionais da área. Coordenadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Desenvolvimento Psíquico e a Criatividade em Diferentes Abordagens Psicoterápicas (LAPECRI), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Tânia A. Vaisberg
Livre-docente em Psicopatologia pela Universidade de São Paulo, onde atuou como docente pesquisadora de 1975 até sua aposentadoria, mantendo-se como orientadora de mestrados e doutorados e liderando o Grupo de Pesquisa Psicopatologia, Psicanálise e Sociedade. Foi orientadora, durante 17 anos, na PUC-Campinas e lecionou como professora visitante na Université de Paris-Nanterre. Ocupa a cadeira 12 da Academia Paulista de Psicologia e é membro efetivo do Espaço Potencial Winnicott do Instituto Sedes Sapientiae. É autora de livros, capítulos de livros e artigos científicos e vem aprofundando pesquisas sobre sofrimentos sociais, com especial atenção àqueles que se vinculam à maternidade, além de estudar a proposição de “enquadres clínicos diferenciados do estilo clínico Ser e Fazer”.
Leticia Minhot
Graduado em Filosofia pela Universidad Nacional de Córdoba (Argentina) e Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Brasil). Atualmente, ela trabalha como Professora de Problemas Epistemológicos em Psicologia, Faculdade de Psicologia, e como Professora de Concepções Filosóficas, Faculdade de Ciências Sociais. Ambas as Faculdades da Universidade Nacional de Córdoba. Diretor Geral da editora Ciencia con todes. Editora da Faculdade de Psicologia. Universidad Nacional de Córdoba. As áreas de pesquisa são: Filosofia da psicanálise, especialmente Freud e Winnicott; Ética do cuidado e filosofia política da ciência. Epistemologia feminista e epistemologia do Sul. Ele publicou vários artigos sobre tópicos relacionados a essas áreas e deu seminários em níveis de graduação e pós-graduação na Argentina e em outros países.
Maria do Rosário Belo
Psicanalista, Presidente, Diretora Científica e fundadora da recém-criada Associação Winnicottiana Portuguesa -Centro de Investigação , Membro didata e fundador da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica , Formada em Psicologia Clínica pelo ISPA e Doutoranda em Filosofia na Universidade de Évora. , Investigadora do pensamento de Donald Woods Winnicott e interessada pelas intercepções destes estudos com o pensamento de Heidegger.Supervisora e formadora, é também autora de vários artigos com base na prática e na reflexão Psicanalitica, e dos livro “O Percurso de um Psicanalista”, editado pelas Coisas de Ler em 2015 e reeditado em 2020 e de “Estudos Winnicottianos”, editado pelas Coisas de ler em 2020. Ambos reeditados pela Climepsi em 2023.
Zhao Chengzhi
Psychiatrist, Clinical Psychologist,Psychoanalyst(IPA),IWA Candidate Psychoanalyst, Registered Psychologist and Supervisor with the Chinese Psychological Society, Member of the Psychoanalysis Committee of the Chinese Mental Health Association, Vice President of the International Winnicott Association and Director of the Beijing Mental Health Facilitating Center.
Zeljko Loparic
O Projeto Winnicott com o conteúdo assinalado no título da presente palestra foi elaborado por Elsa Dias e mim mesmo nos anos 1990 e posteriormente desenvolvido em colaboração com seus alunos e colaboradores. Esse projeto repousa sobre dois pilares, um teórico e um institucional. O pilar teórico consiste na interpretação Dias-Loparic da obra de Winnicott como um novo paradigma do tipo kuhniano para tratamento, pesquisa e ensino em várias áreas de saúde, resultado de mudança revolucionária de conceitos e procedimentos, motivada pela pouca abrangência restrita e ineficácia dos paradigmas tradicionais na resolução de problemas da saúde, em particular do freudiano. O segundo pilar consiste em quadros institucionais criados com vistas à realização dos objetivos do paradigma winnicottiano. As instituições winnicottianas, brasileiras e do exterior, dedicadas a estes objetivos, estão hoje reunidas numa rede nacional e internacional, da qual a International Winnicott Association (IWA) é a principal expressão.
Caroline Vasconcelos
A psicanálise de Winnicott apresenta uma discussão sobre os diferentes sentidos de realidade e, mais ainda, sobre o sentimento de real decorrente do processo de amadurecimento pessoal. Para o psicanalista inglês, há uma longa jornada a ser percorrida pelo lactente que vai do mundo subjetivo, passa pela transicionalidade e, se tudo correr bem, chega ao universo da realidade objetivamente percebida. Esta discussão é inaugural na psicanálise e nos lega uma forma não tradicional de entender a experiência humana com a realidade, na medida em que não a reduz a um campo de relações pulsionais entre objetos internos e externos, em que não entende a representação como a única forma de acesso ao real. A filosofia de Heidegger, por sua vez, coloca o problema da realidade sem recurso tradicional à intuição interna e à representação, mas a partir da analítica existencial das relações cotidianas do Dasein com o mundo circundante. Com esta palestra, visamos indicar que, para Winnicott e para Heidegger, a colocação da questão da realidade implica tanto uma discussão com a tradição que os precede, quanto a recolocação do problema no interior de uma nova teoria e uma nova semântica. Ambos apresentam um novo olhar sobre as relações estabelecidas entre o ser humano e a realidade, ainda que um olhar seja no campo da filosofia e o outro no campo da psicanálise. Pretendemos examinar em que medida, para esses dois pensadores, o problema do acesso à realidade se impõe como questão necessária, uma vez que entendem que as trocas estabelecidas entre o homem e o mundo não se restringem ao campo dos atos representacionais.
Éder Soares Santos
A apresentação tem, por um lado, o objetivo de retomar e avaliar as posições de pesquisa assumidas em minhas publicações sobre a teoria do amadurecimento pessoal e a fenomenologia hermenêutica de Heidegger, considerando até que ponto a aproximação e o distanciamento entre esses dois autores continua sendo profícua. Por outro lado, pretende-se refletir sobre o próprio projeto heideggeriano de uma ciência do homem, considerando como e para qual direção podemos olhar em termos de um projeto que pense a natureza humana.
Róbson Ramos dos Reis
Na tradição da fenomenologia existencial, Merleau-Ponty valeu-se amplamente da psicologia do desenvolvimento como motivadora de reflexões que conduziram a importantes noções de seu pensamento. Um resultado fundamental da psicologia do desenvolvimento que lhe era acessível ficou conhecido como a hipótese do sincretismo associal (Wallon), segundo a qual a diferenciação si mesmo/outra pessoa é uma aquisição desenvolvimental tardia. Bebês humanos, ao nascer, se encontrariam numa condição de fusão ou não diferenciação em relação ao ambiente e à mãe. Esta hipótese estava associada com a exclusão da possibilidade da percepção em recém-nascidos, devido à falta de constituição de um esquema corporal, o que implicava, por exemplo, a impossibilidade da imitação neonatal (Piaget). Desenvolvimentos posteriores da psicologia do desenvolvimento (na tradição de Neisser, Trevarthen e Rochat) refutaram a tese do sincretismo associal, fusão ou autismo natural (de diferentes maneiras sustentada por W. James, Freud e Margareth Mahler). Consequentemente, alguns resultados da fenomenologia existencial também foram definitivamente afastados como anacrônicos. Na presente comunicação examinarei se os resultados da psicologia ecológica e da psicologia experimental do desenvolvimento, que implicam a admissão de um self mínimo e uma intencionalidade perceptual já ao nascimento, têm o mesmo impacto crítico nas poucas observações de Heidegger sobre o ser-aí recém-nascido. Aparentemente, as afirmações de Heidegger sobre a existência de uma Befindlichkeit específica de neonatos não apenas seriam compatíveis com a psicologia do desenvolvimento contemporânea, mas também permitiriam responder à objeção de anacronismo da ontologia existencial em relação às ciências do desenvolvimento humano.
Oswaldo Giacóia Junior
No trabalho a ser apresentado, pretendo examinar as relações entre alguns dos principais problemas teóricos surgidos no campo psicanalítico – com seus desdobramentos em diferentes concepções da prática clínica – em relação à sua proveniência a partir da história da filosofia moderna.
Flávio Del Matto Faria
No texto em que prefacia o livro intitulado “Da pediatria à psicanálise – obras escolhidas”, Masud Khan nos conta que Winnicott era uma criança adorável e bem-comportada, com desempenho brilhante na escola até que, aos nove anos, resolveu estragar tudo, passando a emporcalhar os cadernos, apresentando péssimo desempenho acadêmico. Em outra citação, Khan nos conta que o psicanalista inglês lhe pedira, em tom de pilhéria, que nāo lhe desse qualquer livro para ler pois, se nāo gostasse, dormiria na primeira página e, se o apreciasse, passaria a reescrevê-lo a partir dessa primeira página. Esse recorte biográfico parece ilustrar uma característica essencial da personalidade de Winnicott, que se reflete em sua obra: ele se mantinha fiel às suas percepções e nāo se permitia fazer conciliações com pressupostos teóricos que nāo corroborassem os dados por ele coletados a partir de suas observaçōes, sempre levadas a efeito de forma metódica e profundamente atenta. Isso lhe permitiu construir uma obra revolucionária no âmbito da psicanálise, criando conceitos fundamentais para que a pesquisa psicanalítica pudesse enveredar por temas para os quais, até a chegada das suas contribuições, nāo dispunha de recursos teóricos e técnicos. Evidentemente, ele teve de enfrentar reações as mais diversas, e a amplitude e profundidade de seu pensamento correram o risco de serem obscurecidas pelas leituras pouco atentas ou profundamente calcadas na metapsicologia. Leituras essas que poderiam ter relegado seu pensamento ao lugar comum das “contribuições interessantes” de mais um psicanalista. Nāo se trata aqui de fomentar o embate de ideias ou a defesa de posições mais ou menos radicais na defesa de sua teoria, pois a resistência à mudança é uma das características essenciais do pensamento científico. Mas trata-se, sim, de conceder o devido valor ao trabalho por ele desenvolvido e suas implicações para o desenvolvimento da psicanálise. Para que as mudanças sejam aceitas torna-se necessário que seu valor seja devidamente comprovado através da análise do impacto das intervenções propostas e é esse o âmbito em que se insere o trabalho de pesquisa teórica, social e clínica desenvolvido no Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana.
Ao longo desses últimos trinta anos o IBPW vem oferecendo a formação necessária para que seus alunos possam, efetivamente, apreender o pensamento de Winnicott evitando vieses que facilmente poderiam ocorrer em um aprendizado nāo sistemático, dada a complexidade da obra pesquisada. Paralelamente, o Instituto vem desenvolvendo linhas de pesquisa seriamente marcadas pela coerência ao pensamento de Winnicott e, em algumas ocasiões – e nāo de forma casual, tendo enfrentado dificuldades, talvez similares às encontradas pelo psicanalista inglês na defesa de suas originais proposições.
O objetivo do presente texto é apresentar o percurso feito pela pesquisa das contribuiçōes do pensamento winnicottiano para a compreensão, prevenção e clínica do suicídio. Sāo expostos alguns aspectos do caminho trilhado pelo autor até o encontro com as propostas do psicanalista inglês, assim como os reflexos desse encontro na clínica e na pesquisa desenvolvidas a partir dos estudos feitos no Instituto que levaram ao desenvolvimento do programa de prevenção do suicídio ora em implantação no IBPW.
Francisco Verardi Bocca
Destacar a importância da revista no acolhimento de pesquisas interdisciplinares e o diálogo que esta iniciativa proporciona. Diálogo que oportuniza a realização de uma filosofia da psicanálise em suas vertentes mais profundas, o esclarecimento, a crítica e o confronto entre os paradigmas psicanalíticos.
Roseana Moraes Garcia
Ao longo de três décadas, os Colóquios WINNICOTT têm sido um espaço essencial para o fomento da pesquisa e do debate sobre a teoria e a prática winnicottianas. Reunindo pesquisadores e clínicos interessados na obra de Donald Winnicott, o evento tem promovido o intercâmbio de ideias, a atualização científica e a consolidação de novas perspectivas na área. Com palestras, mesas-redondas e apresentações de trabalhos, os colóquios se consolidaram como um marco na disseminação do pensamento winnicottiano, incentivando tanto o aprofundamento teórico quanto sua aplicação clínica. Nesta apresentação, farei uma retrospectiva desses 30 anos sob essa perspectiva.
Alfredo Naffah Neto
Pretendo evidenciar o quanto os Colóquios serviram como locais de discussão e de debates importantes da teoria e da clínica winnicottianas, a partir de dois exemplos: a problemática da questão paradigmática da perspectiva winnicottiana, a comparação entre os conceitos de pulsão e instinto.
Claudia Dias Rosa
Winnicott incentivou os analistas a usarem seu lugar privilegiado de poderem acompanhar de perto o paciente em seus retrocessos e avanços maturacionais para checar suas teorias, articular a teoria com a prática e formular novas hipóteses, aperfeiçoando cada vez mais a sua compreensão sobre a natureza humana.
Maria de Fátima Dias
Nesta apresentação pretendo discorrer sobre o papel e relevância que a revista Natureza Humana ocupou tanto na área acadêmica quanto na clínica psicanalítica, na medida em que se tornou referência de pesquisa e publicação de importantes trabalhos voltados para os estudos da filosofia, psicologia e psicanálise. A revista foi criada em 1999 por Zeljko Loparic e Elsa Oliveira Dias com o objetivo de desenvolver novos projetos voltados, especialmente, para os estudos sobre o pensamento de Martin Heidegger e Donald Winnicott. Autores de várias nacionalidades tiveram na revista Natureza Humana veículo para publicação de textos inovadores, tendo em vista a excelência do trabalho editorial realizado.
Maria José Ribeiro
Com maior frequência, o diálogo de Winnicott com a educação focaliza os casos clínicos envolvendo a escola, em que o psicanalista tece considerações e apresenta seu manejo clínico. Também a sua teoria do amadurecimento emocional vem disponibilizando aos educadores novas possibilidades de pensar, conhecer e lidar com os alunos, ao abordar temas como agressividade, dificuldades no aprendizado, problema de atenção, concentração etc. Uma questão atual que gostaria de tratar no presente evento refere-se aos conceitos de autonomia de pensamento, liberdade de opinião e julgamento, bastante prezados por Winnicott. Uma das maiores dificuldades nos dias atuais diz respeito à influência dominante das redes sociais, ao grande impacto das mídias na formação de opinião e à tendência a aderir a grupos, sem uma condição pessoal de pensar a partir de si mesmo e alcançar a capacidade de empatia. Temos disponíveis na teoria de Winnicott todo um referencial que nos fornece elementos referentes à democracia, e a partir disso podemos imprimir um debate educacional que incida em práticas educacionais que levem ao livre pensamento. Nas reflexões sobre o significado da palavra democracia, Winnicott escreve que a saúde relaciona-se com um grau de amadurecimento emocional correspondente à idade da pessoa no contexto social ao qual pertence. No que tange à conquista da autonomia de pensamento e responsabilidade pelas próprias ações, a maturidade individual implica uma percepção da realidade externa conectada com a própria realidade pessoal. Isso significa uma condição de abarcar os conflitos dentro de si e poder contribuir com a realidade compartilhada. Para Winnicott, são os bons lares comuns que fornecem o contexto. para se criar o fator democrático inato. Nesse trabalho pretendemos apontar para a escola comum como uma instituição que pode, ou não, contribuir para a conquista de uma sociedade democrática, ampliando e completando o papel da família.
Alice Busnardo
A despeito de tudo que envolveu e envolve o mértier psicanalítico, Winnicott afirma algo de profunda relevância: ao ensinarmos, aprendemos. Ideias, insights, imagens, muito vem à tona quando estamos ensinando, dando uma aula, um curso. A troca, os olhares, as dúvidas, são fomento para o crescimento de um professor. O IBPW fazia e faz toda diferença. um lugar, um espaço, um grupo, no qual as ideias winnicottiana, profundas e revolucionárias, são de fato compreendidas. Ao realizar o curso de Formação, o aluno tem a chance de experimentar real aprendizado: considerando o que diz Winnicott, para quem o sistema digestório seria a pedra angular de qualquer processo de assimilação e criação pessoal, é possível o contato, a partir de um vazio e de uma fome, a ingestão, digestão e finalmente a produção de algo que mescla o que foi incorporado à criatividade singular de cada um. Realidade tanto ao aprender, quanto ao ensinar. Nesse grupo de colegas do IBPW a intenção foi alcançada: que nossos alunos possam também habitar esse lugar, o da terceira área, nem dentro, nem fora, o da experiência cultural, o lugar em que vivemos – ou que pelo menos ansiamos e desejamos a todos que vivam.
Danit Zeava Falbel Pondé
A pergunta divina requer resposta e implica que todo ser humano busque em si mesmo e através de suas ações no mundo os elementos que a componham. Pretende-se articular a resposta de Winnicott a esta pergunta a partir de suas proposições e atitudes como expressão de posição ética no mundo. Disto emana a justificativa do esforço pessoal e acadêmico em transmitir a perspectiva do autor sobre a natureza humana e respectivo processo maturacional.
Elsa Oliveira
À definir.
Vera Laurentiis
A compreensão do tema do animal humano, e do amadurecimento do indivíduo com foco na relação entre seus aspectos somáticos e psíquicos, além de central na psicanálise winnicottiana, serve como eixo para o projeto de Winnicott de diálogo com diferentes disciplinas de saúde para fins de prevenção e tratamento. O entendimento e transmissão desse aspecto da obra do autor tornou-se, assim, ao longo dos anos, um grande desafio. Nesta exposição, pretendo explicitar brevemente algumas das referências que me guiaram no estudo da concepção encarnada da psicanálise de Winnicott, procurando indicar esse recorte como um dos diferenciais do ensino do pensamento teórico-clínico winnicottiano no Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW).
Carlos Alberto Plastino
Embora afirmando enfaticamente sua filiação freudiana, Winnicott se afasta explicitamente da metapsicologia elaborada por Freud. Esta aparente contradição se dissolve considerando que na obra do fundador da psicanálise é preciso distinguir com clareza sua experiência clínica, fonte do saber psicanalítico, da elaboração metapsicológica, por ele definida como especulativa e provisória. O afastamento de Winnicott em relação a essa elaboração tem como fundamento o fato dela incorporar os pressupostos fundamentais do imaginário patriarcal, adotado e adaptado pelo paradigma da modernidade: determinismo, banimento da fantasia criativa, dualismo, concepção mecanicista da natureza, conflito inevitável entre indivíduo e sociedade e necessidade da repressão como condição da sociabilidade humana. O trabalho discute brevemente o afastamento do pensamento de Winnicott desses pressupostos fundamentais que organizam a metapsicologia freudiana.
Ivonise Fernandes da Motta
Em várias consultas terapêuticas e atendimentos clínicos Winnicott assinala o brincar e o humor como indicadores de saúde psíquica. Encontramos na cultura brasileira e em várias de suas produções o brincar e o humor comunicando enfrentamento e superação nas mais diversas experiências de vida. A literatura de cordel, produção cultural característica do nordeste brasileiro, nos aproxima da capacidade de brincar e da alegria no viver cotidiano. O cuidar, – aspecto fundamental quando trabalhamos com saúde em seus aspectos preventivos e com intervenções psicoterápicas – nos aproxima do holding, da sustentação psíquica que os grupos culturais, de amizade, esporte, religião nos proporcionam. O cordel, produção cultural popular, nos traz as mais célebres obras literárias em versos ritmados e em linguagem coloquial, transmitindo sabedoria de tantas gerações e milênios passados. Através do cordel iremos enfatizar a importância de considerar os aspectos curativos da cultura brasileira e do viver nos dias atuais
Tânia A. Vaisberg
As bases da psicologia psicanalítica concreta latino-americana, considerada hoje como uma vertente precursora da psicanálise relacional contemporânea, foram lançadas por José Bleger, psicanalista argentino, leitor do filósofo Georges Politzer. No Brasil, essa perspectiva, tem norteado a produção científica do Grupo de Pesquisa USP/CNPq “Psicopatologia, Psicanálise e Sociedade”, a partir de sua articulação com aspectos nodais do pensamento de D.W.Winnicott que, mesmo sendo fruto de um percurso independente das considerações de Bleger e Politzer, pode ser considerado como expressão rigorosa do que se entende, na América-Latina, como psicologia psicanalítica concreta. Devidamente depurado de compreensíveis equívocos conservadores, relativos às suas concepções de família e de divisão sexual do trabalho, que devem ser tributados à circunstâncias históricas em que viveu, no maior império do mundo colonial, Winnicott deixa um legado teórico precioso, no qual se destacam uma psicopatologia original, uma preciosa teoria do amadurecimento emocional e uma visão acurada das necessidades emocionais infantis, bem como um posicionamento radicalmente humanista, no âmbito do qual a ética é vista como sentimento espontâneo que emerge quando o potencial individual é favorecido por um ambiente antropologicamente calcado na consideração e cuidado do outro. Constante interlocução com esse legado pode iluminar problemas que enfrentamos na contemporaneidade, sobretudo aqueles ligados à defesa dos direitos humanos, permitindo o desenvolvimento de uma clínica comprometida, como diria Lévinas, com a humanidade do outro ser humano. Assim, articulando as exigências blegerianas com as contribuições de Winnicott, podemos assumir práticas de cuidado em vertentes psicoterapêuticas e psicoprofiláticas e, além disso, realizar pesquisas psicológicas que tanto favoreçam o desenvolvimento da clínica psicológica como ofereçam subsídios para debates importantes no âmbito de movimentos sociais alinhados com a busca de superação de sofrimentos emocionais socialmente determinados.
Leticia Minhot
Neste trabalho propomos refletir sobre as contribuições que os estudos sobre a psicanálise winnicottiana na América Latina têm trazido para a consolidação da matriz disciplinar winnicottiana, particularmente no Brasil. Além disso, considerando o contexto atual e os desafios que esta era apresenta, pense em como transformar esses desafios em problemas que esta matriz pode resolver. Assim, preocupar-se com o estado atual desta matriz equivale a indagar sobre sua força como ciência normal e sua capacidade de resolver novos problemas que o contexto social exige.
Maria do Rosário Belo
O presente trabalho pretende contribuir para a reflexão em torno da riqueza da clínica Winnicottiana. Nomeadamente no que ela tem de mais sagrado, que é possibilitar que cada um se torne um pouco mais ele mesmo. Identidade e criatividade, ambas sustentadas num ambiente primário tão absolutamente adaptado que permite a ilusão de tudo ser o próprio indivíduo, evoluem – como tudo no amadurecimento humano – de uma dependência quase absoluta do ambiente para uma dependência relativa. Com efeito, após a constituição de um dentro, o bebé (ou o paciente) passa a dispor também de um ambiente interno que o sustenta – deixando de depender apenas do ambiente externo Na clínica, verificamos com frequência que a afirmação do que é verdade para a pessoa (a afirmação de si, da sua identidade, do que é igual a ela própria) vem muitas vezes acompanhada de um gesto criativo (um gesto espontâneo, que não tem que ser uma obra de arte, pode ser simplesmente a pessoa interromper a sessão para ir à casa de banho). O desafio, para o analista, é o manejo deste gesto que passa muitas vezes pela inevitabilidade de se encontrar com a sua própria contratransferência.
Zhao Chengzhi
This article summarizes the ten-year journey of the development of the Winnicott psychoanalytic paradigm in China. On July 1, 2013, Professor Zeljko Loparic, founder and the first President of the International Winnicott Association (IWA), and his team visited Beijing, China for the first time. At the invitation and organization of Dr. Zhao Chengzhi, they conducted case supervision exchanges at the Yikang Psychological Clinic in Beijing’s Huilongguan Hospital. This exchange marked the beginning of the development and dissemination of Winnicott’s theory and practice in China. The first major result was the creation by the Brazilian Society of Winnicottian Psychoanalytic (SBPW), after 2015 Brazilian Institute of Winnicottian Psychoanalytic (IBPW), of the Sino-Brazilian International Training Program in Winnicottian Psychoanalysis at the Huilongguan Psychiatric Hospital in Beijing. From 2015 to 2024, and the Beijing Mental Health Facilitating Center (BMHFC) engaged in close cooperation, actively promoting the research and application of Winnicott’s theory in China. In 2015, BMHFC was accepted by the International Winnicott Association (IWA) as a member institution in China and established the Beijing Winnicott Study and Research Group, playing a significant role in organizing academic activities and training psychotherapists and counselors in the Winnicott paradigm. In 2017 IBPW stared in collaboration with BMHFC its second major project in China: the Sino-Brazilian Full Training Candidate Course. Currently, the Beijing Winnicott Study and Research Group has expanded to 72 members nationwide, covering areas such as Xuzhou, Xinjiang, Tianjin, and Shenzhen. These ten years of exploration and effort have not only achieved remarkable results in the promotion and dissemination of Winnicott’s theory but also marked a transition from doubt to belief. This ten-year journey is deeply gratifying and proud, showcasing the profound influence of Winnicott’s ideas and their strong development potential in China.
Inscrições
*O evento também será ministrado inteiramente online e a gravação ficará disponível por 30 dias.
Valores
Filiados: R$ 176,00
Estudantes: R$ 230,00
Profissionais: R$ 310,00
Nova sede do IBPW:
Rua Atibaia, 270 – Pacaembu, São Paulo – SP, 01235-010