Empatia e identificação cruzada
Na teoria winnicottiana do amadurecimento, o sentimento de empatia é diretamente relacionado à capacidade de identificação cruzada, que é a principal via de socialização dos seres humanos. Quando maduro, o adulto é capaz de se identificar com os outros e com a sociedade sem sacrifício demasiado da espontaneidade pessoal. Essa capacidade se desenvolve, quando favorecida pela facilitação ambiental, a partir da experiência inicial de mutualidade e se torna parte importante da estrutura de uma personalidade madura. Por ela, o indivíduo é capaz de colocar-se imaginativamente na pele de outras pessoas, admitindo o inverso. Ela permite, ainda, que o indivíduo assuma responsabilidade pela manutenção, modificação ou mesmo pela reconstrução da sociedade em que se encontra, ao mesmo tempo que se reconhece dependente das estruturas sociais herdadas. A empatia é um aspecto central desse desenvolvimento, que pode vir desempenhar, especialmente em momentos de crises ambiental, um papel de grande importância em relacionamentos sociais.
Professor Loparic, outubro de 2020.
Danit Pondé (IBPW/IWA)
Elsa Oliveira Dias (IBPW/IWA)
Luciana Sarcozy (IBPW/IWA)
Ricardo Telles de Deus (CEP/IBPW/IWA)
Rodolfo Fenille Ferraz (IBPW/IWA)
Zeljko Loparic (IBPW/IWA/UNICAMP)
Das 9h45 às 16h30
09:45 | ABERTURA
Luciana Sarkozy e Roseana Moraes Garcia
10h00 | Identificação cruzada: viver pelos outros
Z. Loparic
moderadora: Luciana Sarkozy
11h00 | INTERVALO
11h20 | Origem e desenvolvimento da capacidade para a identificação
Elsa Oliveira Dias
moderador: Roseana Moraes Garcia
12h30 | ALMOÇO
13h30 | COMUNICAÇÕES
Empatia na psicanálise: um enfoque na teoria de Klein e Winnicott
Alexandre Patricio de Almeida e Filipe Pereira Vieira
Amadurecimento e moralidade
Daniela Guizzo
moderadora: Luciana Sarkozy
14h00 | Mesa 1 – A identificação cruzada no papel do analista
A importância da identificação cruzada no papel do analista
Luciana Sarkozy
Identificação cruzada do analista em consultas terapêuticas
Danit Pondé
moderadora: Alice Busnardo
15h00 | INTERVALO
15h30 | Mesa 2 – Identificação Cruzada: casos clínicos
Capacidade imaginativa, empatia e identificação cruzada – formas clínicas da tarefa terapêutica em Winnicott
Rodolfo Fenille
Ofélia, ou sobre a dificuldade para experimentar identificações cruzadas
Ricardo Telles de Deus
moderadora: Cláudia Dias Rosa
16h30 | ENCERRAMENTO
Envie o seu trabalho até: 25 de outubro
REGRAS DE APRESENTAÇÃO
O trabalho científico desse evento realizar-se-á por meio de conferências online (dadas por convidados escolhidos pela comissão científica do congresso) e comunicações (selecionadas por uma comissão de avaliação dos trabalhos submetidos).
CRONOGRAMA
Até 25/10 – envio dos trabalhos
Até 30/10 – divulgação da lista dos trabalhos aceitos
Até 01/11 – inscrição dos participantes que vão apresentar os trabalhos
Envie o seu trabalho para o email: callforpaper@ibpw.org.br
COMUNICAÇÕES SELECIONADAS:
Empatia na psicanálise: um enfoque na teoria de Klein e Winnicott
Alexandre Patricio de Almeida e Filipe Pereira Vieira
Amadurecimento e moralidade
Daniela Guizzo
REGRAS GERAIS
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Aceitaremos comunicações sobre Winnicott, de preferência sobre o tema do Colóquio, mas não exclusivamente.
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Para submeter as comunicações, não será necessário fazer previamente a inscrição no Colóquio. Todos que tiverem seus trabalhos aprovados terão, no entanto, que efetuar suas inscrições para confirmar a participação até o dia 01/11/2020. A lista dos trabalhos selecionados será divulgada até 30/10/2020, neste site.
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Após o aceite do trabalho, não será permitida a troca do apresentador.
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Os outros autores, que desejarem estar presente à apresentação do trabalho, deverão estar devidamente inscritos no Congresso.
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A apresentação acontecerá em mesas redondas, compostas por dois trabalhos, cada um com 15 minutos para a apresentação, seguidos de 10 minutos de debates após o segundo trabalho apresentado. A distribuição nas mesas estará a critério da comissão organizadora do congresso.
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Os horário da apresentação das Comunicações é às 13h30.
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Somente receberão certificados os autores inscritos no Colóquio, mesmo que o trabalho tenha mais de um autor.
ESPECIFICAÇÕES PARA O ENVIO DO TRABALHO
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minicurrículo de até 10 linhas.
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resumo para avaliação com o título do trabalho, de 200-500 palavras; documento Word 97 ou superior; formato: Times New Roman 12; entrelinha: 1,5. O argumento deve apresentar o problema central que motivou o estudo, as questões levantadas e reflexão teórica para responder ou discutir as questões apresentadas.3. Resumo (caso o trabalho seja aceito): máximo de 100 palavras, seguindo as mesmas especificações.
Havendo interesse, as comunicações aceitas e apresentadas no Colóquio poderão ser submetidas para publicação à revista Natureza Humana até 30 dias após o evento. Para essa submissão, os trabalhos devem ter uma página de rosto, na qual devem constar: identificação do(s) autor (es), título (também em inglês), palavras-chave e resumo (até dez linhas), em português e inglês. No texto não devem constar dados que tornem possível identificar o autor para que o processo de avaliação possa ser realizado pelo método duplo-cego.
Os interessados podem enviar o artigo para revistas@dwwe.com.br
Aberto a todos os interessados.
Organização: IBPW
Coordenação: Luciana Sarcozy (IBPW/IWA)
07 de novembro | das 09h45 às 16h30
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Filiados ao IBPW: R$ 80,00
Estudantes: R$ 110,00
Profissionais: R$ 140,00
O evento será transmitido via zoom. O link da transmissão será enviado no dia 06 de novembro.
Haverá certificado de participação. Preencha o formulário abaixo para se inscrever. Por favor coloque o seu nome completo pois é como sairá no certificado.
O Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW), não se responsabiliza por eventuais problemas ou dificuldades técnicas do inscrito no momento da transmissão online.
Política de cancelamento de inscrição em eventos
1. O prazo máximo para cancelamento de participação é de até 07 (sete) dias de antecedência do evento.
2. A inscrição no evento somente será cancelada mediante envio de comunicação para o e-mail: atendimento@ibpw.org.br
3. Serão devolvidos 80% (oitenta por cento) do valor pago, até o último dia útil subsequente ao mês de realização do evento.
4. A inscrição é PESSOAL e INTRANSFERÍVEL.
5. Em caso de não comparecimento no dia do evento o valor investido na inscrição não será reembolsado, não será gerado crédito para outros eventos e não dará direito ao envio de materiais que possam vir a ser entregues no curso.
ZELJKO LOPARIC (IBPW/IWA)
Doutor em filosofia pela Universidade Católica de Louvain (1982). É professor titular da Unicamp. Em colaboração com Elsa Oliveira Dias, fundou (2005), e desde então preside, a Sociedade Brasileira de Psicanálise Winnicottiana (SBPW). Em 2013, fundou e assumiu a presidência da International Winnicott Association (IWA). Em 2015, promoveu a criação do Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW). É autor de livros Heidegger réu (1990), Ética e finitude (1995, 2a. ed. 2004), Descartes heurístico (1997), A semântica transcendental de Kant (2000, 3ª edição 2005), Sobre a responsabilidade (2003), Heidegger (2004), Winnicott e Jung (2014) e organizador de várias coletâneas, entre outras Winnicott e a ética do cuidado (2013), além de ter publicado numerosos artigos sobre história da filosofia, epistemologia e filosofia da psicanálise em revistas brasileiras e estrangeiras.
Identificação cruzada: viver pelos outros
O trabalho propõe-se a analisar os principais aspectos da capacidade de identificação cruzada com pessoas e grupos sociais, especificando os modos de relacionamento envolvidos, sua aquisição e seu papel na vida pessoal e social. Atenção especial será dada ao sentimento de empatia como parte constitutiva da capacidade de identificação cruzada.
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ELSA OLIVEIRA DIAS (IBPW/IWA)
Elsa Oliveira Dias é psicanalista winnicottiana. Mestre em Filosofia pela PUCSP e doutora em Psicologia Clínica pela PUCSP, com a tese “A teoria das psicoses de D. W. Winnicott”. Fundou, com Zeljko Loparic, em 2001, o Centro Winnicott de São Paulo (CWSP). Em 2005, nas mesmas condições, fundou a Sociedade Brasileira Psicanálise Winnicottiana (SBPW). Em 2015, fundou e preside, com Zeljko Loparic, o Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW). Fundou e foi vice-presidente da International Winnicott Association (IWA) e hoje é a editora científica do IWA Books. Autora de vários artigos sobre filosofia, psicanálise e, especialmente, sobre Winnicott, ela é também autora dos livros 1. A teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott (2017, 4ª edição), traduzido e editado em espanhol, em 2012, em inglês em 2016 com o título Winnicott’s Theory of the Maturational Processes, pela Karnac Books e acaba de sair em edição chinesa. 2. Sobre a confiabilidade e outros estudos (2011) e 3. Interpretação e manejo na clínica winnicottiana (2014), editados todos pela DWW editorial.
Os pré-requisitos para identificaçäo Cruzada
O artigo retoma o conceito desdobrado de identificação – simples e cruzada – em Winnicott, articulando alguns dos diversos aspectos e fenômenos envolvidos por esse conceito. É sobretudo através da identificação com o bebê que a mãe suficientemente boa compreende e atende às suas necessidades e é também a identificação o pré-requisito central para que o analista winnicottiano possa exercer sua tarefa terapêutica. Examina-se, em seguida, as várias etapas e conquistas do amadurecimento em que a identificação precisa se fazer presente, inclusive nos círculos mais amplos da socialização.
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LUCIANA SARKOZY (IBPW/IWA)
Psicanalista, mestre em psicologia social pela Benedictine University em Illinois, Estados Unidos. Formada em psicanálise pelo Centro de Estudos Psicanalíticos – CEP, São Paulo e pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana. Atua em consultório particular como psicanalista winnicottiana. Anteriormente, formada pela Fundação Getúlio Vargas, professora por 7 anos da graduação da FGV e sócia de empresa de recursos humanos especializada em desenvolvimento de executivos e coaching.
A importância da identificação cruzada no papel do analista
Nessa palestra abordarei a importância da identificação cruzada no diagnóstico e no tratamento de pacientes na clínica winnicottiana, especialmente na questão de identificar a real necessidade do paciente, seu estágio de amadurecimento e como poder ir ao encontro dessa necessidade.
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DANIT PONDÉ (IBPW/IWA)
Psicóloga , Especialista em Psicologia Hospitalar , Psicanalista , Mestre e Doutora em filosofia da psicanálise (UNICAMP), professora/supervisora do IBPW (Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana), Coordenadora do grupo de pesquisa “Crise do amadurecimento na contemporaneidade do LABÔ- Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo-PUC/SP ,autora de “O conceito de medo em Winnicott” (DWWe), “O cinema no divã”, ed. Leya .
Identificação cruzada do analista em consultas terapêuticas
Nos marcadores diferenciais do que Winnicott entende como consulta terapeutica, O analista por identificação cruzada pode corresponder como facilitador às necessidades pontuais trazidas pelo paciente. Desenvolver-se-á o exame deste contexto através de 3 exemplos clínicos.
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RODOLFO FERRAZ (IBPW/IWA)
Psicanalista. Membro do Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana.
Capacidade imaginativa, empatia e identificação cruzada – formas clínicas da tarefa terapêutica em Winnicott.
Através de vinhetas clínicas pretende-se olhar algumas especificidades terapêuticas da clínica winnicottiana como a inclusão da empatia e da capacidade imaginativa, em geral não contempladas na tradição psicanalítica standard.
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RICARDO TELLES DE DEUS (CEP/IBPW/IWA)
Psicanalista; Pós-Doutorando em Psicologia Clínica (PUC-SP); Docente do Curso de Formação Winnicottiana do IBPW; Docente do Curso de Formação em Psicanálise do CEP; Membro da Associação Brasileira de Psicanálise Winnicottiana e da IWA; Membro da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental.
Ofélia, ou sobre a dificuldade para experimentar identificações cruzadas
Nesse trabalho, forneço material clínico que ilustra a dificuldade, manifestada por uma paciente adulta, para experimentar identificações cruzadas. À luz desse material, selecionado da análise de Ofélia, enfatizo como, ao invés da experiência de identificações cruzadas, a paciente tende a interagir de modo indiferenciado com as pessoas. Ou Ofélia se perde no “outro”, que ela mimetiza. Ou o “outro” é vivido como extensão dela mesma. Em ambas as situações, portanto, o seu contorno pessoal se desfaz. Por fim, com base no relato clínico, reflito sobre a sanidade implícita na capacidade para ser empático.
IBPW-Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana
Coordenação:
Luciana Sarcozy (IBPW/IWA)
Roseana Moraes Garcia (IBPW/IWA)
online (pela plataforma zoom). O link de acesso será enviado no dia 06 de novembro.
#fiqueemcasa :)