Sobre a importância do ambiente social na análise de pessoas desprovidas dos alicerces de si mesmas
Pessoas desprovidas dos alicerces de si mesmas, que não alcançaram, de modo consistente, a integração num eu unitário, colocam o psicanalista numa situação peculiar. Mais cedo ou mais tarde ele descobre, no centro da transferência analítica, a presença de necessidades primitivas do paciente. Compreende, também, que é preciso adaptar-se ativa e sensivelmente a estas. Nesse contexto, visando ofertar à pessoa o ambiente de que ela necessita, o analista modifica aspectos do setting durante as sessões, por meio de intervenções de manejo. Entretanto, haverá casos em que esses manejos não serão suficientes, pois o ambiente que envolve o indivíduo, fora das sessões, se revela intrusivo. Sobretudo, o ambiente social mais imediato ao paciente. É imprescindível, então, tentar prover-lhe, através de manejos, um ambiente social mais favorável. Tal circunstância, sem sombra de dúvida, torna ainda mais difícil o trabalho do analista, mas pode levá-lo a compreender algo essencial: o setting analítico, por mais importante que seja, não coincide com o ambiente total demandado pela pessoa. A experiência assinala, de modo claro, que o tratamento desses pacientes adultos, desprovidos dos alicerces de si mesmos (esquizofrênicos a céu aberto, borderline, esquizoides, etc.), só é viável mediante a presença efetiva de um ambiente imediato aliado do analista. No minicurso, nos debruçaremos sobre esse problema instigante, à luz das contribuições de Winnicott. Ao lado da abordagem teórica, estudaremos casos relatados pelo próprio Winnicott, bem como material selecionado da prática clínica do docente.
Ricardo Telles de Deus
Psicólogo pela Mackenzie e Psicanalista pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW), possui mestrado em Psicologia Clínica pela PUC/SP (2007), doutorado em Psicologia como Profissão e Ciência pela PUC/CAMP (2014) e pós-doutorado em Ciências Humanas pela PUC/SP (2016). Atualmente é docente do Curso de Formação em Psicanálise do CEP/SP e professor do Curso de Formação Winnicottiana no IBPW. Tem experiência na área da Psicanálise, sobretudo no que se refere à psicopatologia e clínica psicanalíticas à luz das propostas elaboradas por Freud, Ferenczi e Winnicott. Em especial, tem se dedicado como pesquisador a investigar e problematizar a especificidade da concepção Winnicottiana acerca dos distúrbios psíquicos de tipo psicótico e suas implicações em termos da clínica psicanalítica.
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Aberto a todos os interessados.
Coordenação: Roseana Moraes Garcia
Organização: IBPW
17 de julho, sexta-feira: das 18h30 às 21h30
18 de julho, sábado: das 09h30 às 12h30
Valores
modalidade online:
Profissionais: R$ 140,00
Estudantes: R$ 110,00
Filiados: R$ 80,00
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