VII COLÓQUIO DO RIO DE JANEIRO

O Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW) promove colóquios anuais, nacionais e internacionais, desde 1995, além de cursos de formação, grupos de estudo e supervisões públicas em diversas regiões do Brasil e no exterior.

Neste ano o VII Colóquio Winnicott do Rio de Janeiro versará sobre o tema da transferência e da contratransferência – conceitos clássicos e estruturantes da teoria psicanalítica.

O desenvolvimento do estudo da psicanálise winnicottiana vem se consolidando no Brasil e no mundo, trazendo para a discussão a originalidade do pensamento do autor, assim como suas contribuições e propostas para a profilaxia de distúrbios e solução de problemas no campo da saúde psíquica. O tema da transferência e contratransferência – é explorado por Winnicott em vários de seus artigos, seja abordando o papel do analista, a questão da capacidade de se colocar no lugar do outro, ou ainda os princípios da clínica psicanalítica, baseada na ética do cuidado, entre outros. O tema perpassa  toda a produção teórica e clínica winnicottiana e requer um debate aprofundado a seu respeito.

Este colóquio tem por objetivos apresentar a maneira original como o autor trabalha essa questão, sua contribuição pessoal no âmbito da história da psicanálise, assim como dar oportunidade, para profissionais e estudiosos da área da saúde, de expandir seu conhecimento a respeito do pensamento e da prática psicanalítica de Winnicott.

O assunto examinado, sobretudo à luz da teoria winnicottiana, não desconsiderará a possibilidade de diálogo com outros campos de saber, seja a medicina, a filosofia, a assistência social etc., além das outras abordagens psicanalíticas.

Valores

modalidade presencial: Inscrições encerradas

Profissionais: R$ 175,00

Estudantes: R$ 140,00

Filiados: R$ 60,00

modalidade online: Inscrições encerradas

Profissionais: R$ 122,00

Estudantes: R$ 98,00

Filiados: R$ 42,00

Preencha o formulário abaixo para se inscrever:

Política de cancelamento de inscrição em eventos

1. O prazo máximo para cancelamento de participação é de até 07 (sete) dias de antecedência do evento.
2. A inscrição no evento somente será cancelada mediante envio de comunicação para o e-mail: atendimento@ibpw.org.br
3. Serão devolvidos 80% (oitenta por cento) do valor pago, até o último dia útil subsequente ao mês de realização do evento.
4. A inscrição é PESSOAL e INTRANSFERÍVEL.
5. Em caso de não comparecimento no dia do evento o valor investido na inscrição não será reembolsado, não será gerado crédito para outros eventos e não dará direito ao envio de materiais que possam vir a ser entregues no curso.

Sábado, 25/08/2018

08h00 Cadastramento

08h45 Sessão de abertura

09h00 Conferências

Sobre a identificação na transferência e na contratransferência em Winnicott

Elsa Oliveira Dias

O artigo retoma o conceito desdobrado de identificação – primária, secundária e cruzada – em Winnicott, articulando-o aos diversos aspectos e fenômenos envolvidos na  transferência e na contratransferência da situação analítica. Se um dos atributos centrais da mãe suficientemente boa consiste na capacidade de identificar-se com o bebê e, através disso saber de suas necessidades, é também a identificação o pré-requisito central  para que o analista winnicottiano possa exercer sua tarefa terapêutica. Sendo a capacidade para a identificação uma conquista do amadurecimento, Winnicott examina o que ocorre quando essa capacidade não chega a ser desenvolvida e ilustra esse ponto com um caso clínico que será igualmente apresentado no presente estudo.

Aporte aos conceitos de transferência e  contratransferência decorrentes das revisões clínicas-teóricas de Donald D. Winnicott

Hélia Borges

Até então – final da primeira metade do sec. XX, a transferência era compreendida como um dispositivo analítico que operava a partir de processos identificatórios na suposição, portanto, da existência de um ego integrado. Winnicott através da clínica com pacientes regredidos problematizou a limitação imposta por esta visão convocando a experiência sensorial, a-semiótica para a cena analítica. Do mesmo modo, no que tange à contratransferência sublinhou sua diferença em relação ao modelo hegemônico que vigorava na época. Tal modelo reduzia esse fenômeno à resistência do analista. Propõe a contrapelo uma leitura da contratransferência como dispositivo de acesso aos estados mais primários do existir favorecendo o ir além da domesticação simbólica.

10h20 Intervalo

10h40 Conferências

Contratransferência e interação do analista na clínica winnicottiana

André Martins

Em seu texto Contratransferência, Winnicott explicita o que entende por transferência na psicanálise tradicional, assim como diferencia a contratransferência, como falha na atitude profissional, da reação do analista, sobretudo com pacientes borderline, exigindo o que neste texto nomeia uma ‘psicanálise modificada’, o que finalmente se afigura como a proposta psicanalítica propriamente winnicottiana. Refletiremos sobre o papel da transferência e da contratransferência nesta psicanálise que entende o processo terapêutico como dissolução das defesas psíquicas que inibem a criatividade e a expressão da força vital do paciente.

As transferências e o desenvolvimento da capacidade de uso  do objeto

Priscila Dib

O pretende apresentar e discutir a aquisição da capacidade do uso de objetos dentro do processo de análise e seus aspectos transferênciais e contratransferênciais. Como nos mostra Winnicott, o bebê parte do relacionamento com o objeto para chegar, depois, ao uso do objeto; e é sobre pacientes, que fracassaram nessa aquisição, de fato, que o trabalho busca discutir os aspectos transferenciais no processo de análise.

12h00 Almoço

13h30 Comunicações

14h30 Conferências

A clínica dos sentimentos

Danit Pondé

Formula-se a partir da perspectiva de Winnicott a ideia de  Clínica dos sentimentos.  Em relevo à dinâmica relacional  norteada pelo diálogo dos sentimentos  entre o par, paciente e analista que se apresentam nos fenômenos transferenciais e contratransferenciais. Se por um lado, os sentimentos do paciente são norteadores do diagnóstico, serão os sentimentos do analista balizadores  do cuidado e  da evolução emocional dentro do setting.

Sentimentos Contratransferênciais

Ana Lila Lejarraga

A proposta desta apresentação é refletir sobre os sentimentos contratransferenciais, focando especialmente o sentimento amoroso do analista. Enfatizando-se a dimensão afetiva que permeia a situação analítica, levanta-se a hipótese do amor do analista como uma modalidade específica de amor, que consiste principalmente na disponibilidade afetiva do analista para cuidar e estabelecer um relacionamento emocional, embora se trate de um tipo de amor que não suscita o desejo de ser amado nem apego pelo objeto de amor.

15h50 Intervalo

16h00 Conferências

Clínica da Dependência

Zeljko Loparic

Transferência e contratransferência no contexto do primado da afetividade na teoria e na clínica psicanalítica

O presente trabalho propõe-se, de início, a estudar comparativamente o fenômeno de dependência observado tanto nos primeiros estágios do processo de amadurecimento como na transferência que ocorre no tratamento psicanalítico winnicottiano das psicoses em crianças, adolescentes e adultos. Tratará, em seguida, da diferença entre o material clínico da transferência psicótica e o material das psiconeuroses de transferência. Por fim, explicitará a teoria winnicottiana da resposta adequada do terapeuta às necessidades dos pacientes reveladas nos dois tipos de caso.

Carlos Alberto Plastino

“Transferência e contratransferência no contexto do primado da afetividade na teoria e na clínica psicanalítica”

O caso Dora e a descoberta da transferência. A centralidade da afetividade clínica psicanalítica. A proclamação do primado da afetividade e seu aprisionamento na centralidade do édipo nas elaborações metapsicológicas. A leitura do primado da afetividade como primado do fator econômico na sucessão ortodoxa de Freud. Seu desenvolvimento e aprofundamento na teoria winnicottiana. O desenvolvimento emocional primitivo como cerne da constituição do psiquismo e do adoecimento psíquico. A clínica do sofrimento clínico não edipiano e sua diferença com a “transferência de intensidades afetivas” no tratamento das neuroses de transferência. A transferência sobre o analista das emoções vivenciadas na cena edipiana e a vivência no setting analítico das necessidades imperiosas da face primitiva do desenvolvimento emocional. Diferenças na conduta analítica. Interpretação e holding. A atitude de neutralidade benevolente do analista e a presença “viva e desperta “ do analista como pessoa real.

17h45 Encerramento

REGRAS DE APRESENTAÇÃO

O trabalho científico desse evento realizar-se-á por meio de conferências (dadas por convidados escolhidos pela comissão científica do congresso) e comunicações (selecionadas por uma comissão de avaliação dos trabalhos submetidos).

COMUNICAÇÕES APROVADAS

Adriana Soares Sampaio

O setting-corpo terapêutico: espaço de tessitura entre o amor e o ódio do analista

Diego Pinheiro Sanzana

O ódio na contratransferência: o campo dos afetos na experiência clínica

Eline de Medeiros 

Transferência e contratransferência: desafios no setting terapêutico no caso clínico de uma criança

Josiane Cristine Ramos Ferreira

A criança e sua família, transferências e contratransferências na análise – uma experiência clínica

Laudelino Henrique de Oliveira

Princípios da clínica winnicottiana aplicados em uma clínica-escola

Manuela Campos Pérgola

Aspectos clínicos da criatividade na obra de Winnicott

Mario Orlando Favorito

A despotencialização do viver criativo no ambiente escolar: uma abordagem winnicottiana

Pilar Brena da Rocha Lima

A prematuridade extrema em um ambiente suficientemente bom

Roberta de Oliveira Mendes

enactment na clínica e suas implicações no analista concernido: considerações a partir de um caso clínico.

Rosa Lucia Paiva

A transferência e a contratransferência: um olhar winnicottiano frente ao sofrimento psíquico na favela

Rosemarie Elizabeth Schimidt Almeida

Tarefa Analítica: O Paciente, os Iniciantes e o Supervisor.

Sérgio Gomes 

Ouvir com os olhos: Winnicott e a dimensão intercorporal e co-corporal do analista

REGRAS GERAIS

 1. Aceitaremos comunicações sobre Winnicott, de preferência sobre o tema do Colóquiomas não exclusivamente.

2. Para submeter as comunicações, não será necessário fazer previamente a inscrição no Colóquio. Todos que tiverem seus trabalhos aprovados terão, no entanto, que efetuar suas inscrições para confirmar a participação até o dia 13/08/2018. A lista dos trabalhos selecionados será divulgada até 31/07/2018neste site.

3. Após o aceite do trabalho, não será permitida a troca do apresentador.

4. Os outros autores, que desejarem estar presente à apresentação do trabalho, deverão estar devidamente inscritos no Congresso.

5. A apresentação acontecerá em mesas redondas, compostas por quatro trabalhos, seguidos de 10 minutos de debates após o quarto trabalho apresentado. A distribuição nas mesas estará a critério da comissão organizadora do congresso.

6. Somente receberão certificados os autores inscritos no Colóquio, mesmo que o trabalho tenha mais de um autor.

ESPECIFICAÇÕES PARA O ENVIO DO TRABALHO

1. minicurrículo de até 10 linhas.

2. resumo para avaliação de 200-500 palavras; documento Word 97 ou superior; formato: Times New Roman 12; entrelinha: 1,5. O argumento deve apresentar o problema central que motivou o estudo, as questões levantadas e reflexão teórica para responder ou discutir as questões apresentadas.

3resumo para Caderno de Resumos (caso o trabalho seja aceito): máximo de 100 palavras, seguindo as mesmas especificações.

Havendo interesse, as comunicações aceitas e apresentadas no Colóquio poderão ser submetidas para publicação à revista Winnicott e-Prints até 30 dias após o evento. Para essa submissão, os trabalhos devem ter uma página de rosto, na qual devem constar: identificação do(s) autor (es), título (também em inglês), palavras-chave e resumo (até dez linhas), em português e inglês. No texto não devem constar dados que tornem possível identificar o autor para que o processo de avaliação possa ser realizado pelo método duplo-cego.

Os interessados podem enviar o artigo para winnicotteprints@sbpw.com.br.

 

Eugênia Camolesi (IBPW/IWA)

Lucia Helena Tapajós (IBPW/IWA)

Sílvia Boccaletti (IBPW/IWA)

 

Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ) – Rua Fernandes Guimarães, 92 – Botafogo – Rio de Janeiro
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